quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

ciganos


CIGANOS


A linha de ação e trabalho do povo Cigano (na Umbanda) surgiu no plano astral diante da necessidade de atuação de vários Guias e espíritos que já se encontram na Luz e que possuem algum ou vários mistérios em seus íntimos e os manifestam para a Caridade, auxiliando seus irmãos e promovendo a sua própria ascenção espiritual ampliando seus conhecimentos e aumentando seus campos de atuação. Assim com as outras linhas de trabalho, recebe em seus grupos de atuação Guias que foram realmente Ciganos ou espíritos de não Ciganos que tem afinidades com a sua forma de ação. Não há uma definição exata quanto a sua regência, ela pode ser associada com a Mãe Egunitá (que tem representação com Santa Sara Kali Yê, de quem são devotos) e com os Orixás ligados ao Tempo e à Fé, ou seja, com nossas Sagradas mães Oiá-Tempo (Logunã) e Iansã e com o Sagrado Pai Oxalá. Todos os Guias da linha do Povo Cigano são sustentados por Eles e podem vir a receber as irradiações dos outros Pais e Mães Orixás e atuar em seus campos de ação e trabalho. Os Ciganos são um povo que sofreu, e ainda sofre, muita discriminação e perseguição pelo seu modo de vida errante, independente e livre. Os estudos indicam que passaram por inúmeros países e regiões, adquirindo os mais diversos conhecimentos de todas as culturas existentes na Terra. Viveram muito tempo no Egito, onde aprenderam muito sobre a alta magia, sobre simbolismo, ourivesaria, pedrarias, entre outros conhecimentos. Por este motivo, o termo “cigano” é relacionado com “egipciano” e “gypsy” de “egyptian”, são comumente chamados de gitanos. Relatos indicam que, tempos depois, eles teriam se estabelecido por milênios na Índia. Mas que de lá foram expulsos por viverem de acordo com a sua natureza íntima e não se subordinarem às leis e governos autoritários da época. A partir daí, retomam sua natureza de povo nômade, viajante, e voltam a trilhar o mundo com a sua caravana, conhecida como “Caravana do Sol”. Diz a lenda que os Ciganos são como o vento, não se sabe de onde veio, para onde vai, e não se pode conter em um único lugar. Eles tem o Céu como seu teto, a Terra como sua pátria e a liberdade como sua religião. São guardiões da liberdade e da alegria de viver e dos mistérios positivos e sagrados da Magia Planetária.


Os Ciganos originais são descritos como pessoas de pele morena ou escura, cabelos lisos negros, olhos escuros e amendoados, com rostos normalmente de traços finos. Muito semelhantes aos egípcios e indianos. Eles possuem uma língua própria chamada romanês, que é derivada do hindi e do sânscrito. Amam e respeitam a natureza, suas plantas e seus animais, o Sol, a Lua, as Estrelas, as águas, os ventos, os raios, os trovões e o fogo. Sua música tem uma base muito forte indiana e flamenca (da Andaluzia) mas tem uma influência eclética de todas as regiões do globo, têm passos de dança muito bonitos, alguns batendo palmas, batendo os pés no chão, podem utilizar instrumentos musicais, guisos, castanholas, roupas bastante coloridas ou apenas com cores vivas e fortes. São muito místicos e esotéricos, estudam e conhecem os astros e suas influências sobre nós, apreciam os jogos de cartas, runas, leitura das linhas das mãos, todas as formas de se ver e prever o futuro. Por se tratar de um povo muito alegre e “barulhento” (falam alto), com sangue quente nas veias, além de suas crenças livres, eram costumeiramente mal vistos e expulsos de cidades, regiões e países. Foram perseguidos durante a Inquisição, pelos nazistas, viveram muitas dificuldades e humilhações, mas sobreviveram. Tudo isso os torna um povo forte, persistente e cheio de ensinamentos a compartilhar. Aprenderam a subsistir, a viver, em grupos chamados de clãs, eles faziam suas roupas, suas jóias, suas armas, seus instrumentos musicais, tratavam de sua saúde, do seu corpo e do seu espírito. Devido a todo este conhecimento e as todas essas vivências, o Povo Cigano tem um vasto campo de atuação. Mas, fundamentalmente, atuam no pólo positivo. Alguns dos Guias Ciganos se manifestavam nas giras de esquerda apenas quando era estritamente necessário para auxiliar seu médium porque as casas de trabalho não promoviam giras específicas para a linha cigana. E por existirem algumas Senhoras Pombagiras que recebem irradiações para atuar em campos negativos do mistério Cigano e algumas Senhoras Ciganas que recebem irradiações para atuar em campos do mistério Pombagira, houve um entendimento errôneo de que todo o Povo Cigano atua como os Guias da esquerda. O que não é verdade. Todos os mistérios divinos têm os seus Exus Guardiões e Pombagiras Guardiãs, o mistério Cigano também os tem. Mas são Senhores Exús e Senhoras Pombagiras de fato, que atuam sob o amparo do mistério Cigano. Também podemos considerar os casos em que os Guias tem campos de atuação tanto nos pólos positivos quanto nos negativos. Um exemplo disso são os Pretos-Velhos “virados”.

Hoje, a linha do Povo Cigano é conhecida e respeitada, e apenas agora as casa de trabalho estão abrindo espaço para a sua atuação nos pólos positivos. Devemos esclarecer que o Povo Cigano é uma linha da direita e que está bem próxima à linha do Oriente. Muitos ciganos e ciganas atuam sob as irradiações do Oriente Sagrado, mas esta é uma outra linha de trabalho composta por Guias de todas as linhas e irradiações divinas. Isso deve ser bem compreendido, para que as casas de trabalho e os médiuns possam melhor conhecer e interagir com as forças espirituais que os assistem. No plano espiritual também existe a liberdade mas, acima de tudo, há o respeito às hierarquias divinas e às linhas trabalho. Quando um Cigano se integra à uma falange ou à um grupo de atuação, ele sempre respeita suas normas e diretrizes. A liberdade está em seu livre arbítrio, em suas escolhas pessoais e não em seu posicionamento diante dos Orixás e dos Mestres Divinos, pois a todos deve respeito e obediência. Um Cigano tem liberdade mas segue um padrão e um posicionamento integro em respeito à linha de trabalho, à forma de atuação, à casa de trabalho que o recebe e ao médium com o qual atua. Um Guia incorporado que não respeita a forma de atuação da sua falange, a casa de trabalho ou mesmo o médium, não é um Guia espiritual mas um obsessor tentando se passar por Guia.

Os Guias Ciganos atuam trazendo o sentido de liberdade, a alegria de viver, o amor, a saúde do corpo e do espírito, a elevação espiritual, a dedicação aos dons do espírito, a proteção, o amparo, quando necessário alguns podem vir a atuar como agentes da Lei Maior e da Justiça Divina, transmutando karmas, recolhendo espíritos desequilibrados que possam estar atuando negativamente sobre as pessoas, anulando magias negativas. Auxiliam também no recolhimento de nossos irmãos desequilibrados que já manifestam alguma possibilidade de regeneração.

Alguns Ciganos e Ciganas mais conhecidos: Pablo, Ramiro, Yago, Wladimir, Manolo, Cigano da Terra, Carmen, Esmeralda, Yasmin, Madalena, Natasha, Rosita, Cigana do Fogo, Sarita da Estrada, Yordana dos Ventos, entre outros.

Seus instrumentos de trabalho mais comuns são: lenços, leques, castanholas, fitas, espelhos, adagas, moedas, medalhas, bolas de cristal, baralhos e incensos. Mas podem haver outros de acordo com a necessidade dos Guias.

Os Ciganos normalmente gostam de roupas e adereços coloridos e começou a haver uma fascinação dos médiuns que passaram a se exceder em suas vaidades, comprando e exibindo roupas extremamente enfeitadas e luxuosas, adereços e acessórios caros e desnecessários, o que servia apenas para estimular as suas vaidades e seus orgulhos. Desta forma, as orientações na maioria das casas de trabalho sérias e dedicadas à caridade é de que os médiuns continuem utilizando as suas roupas brancas e uniformes durante as giras de Povo Cigano. No máximo, se permite apenas um ou outro objeto que seja utilizado pelos Guias como instrumento de trabalho e não apenas como enfeite que estimule desequilíbrios e fascinações. Tantos os Guias como as giras de trabalho devem ser tratados com respeito e responsabilidade.

Ervas: sândalo, verbena, lótus (flor ou raiz)
Seu dia: quinta-feira (Egunitá), terça-feira (Iansã) e domingo (Oxalá e Oiá-Tempo)
Cor: vermelha, azul noite, amarela e branca
Oferenda: velas vermelhas, azul noite, amarelas e brancas ou amarelas/vermelhas (ou de acordo com o Guia), flores coloridas sem espinhos, frutas diversas que também não tenham espinhos, mel, doces finos, pães, água, ponche, bebidas à base de sucos de frutas, champagne, rum, vinho tinto com mel, chás, incensos. Pode-se colocar os itens da entrega sobre um papel ou cartolina colorido e da cor preferida do Guia. As bebidas podem ser colocadas em cuias feitas com as próprias cascas. Ex: corta-se um maracujá ao meio, tira-se toda sua polpa e utiliza-se ambas as partes como recipiente. O mesmo pode ser feito com o côco verde ou com laranja.
Ponto de Força: todos os locais da natureza, em especial nas beiras de estradas e caminhos e nos campos e campinas
Saudação: Salve o Povo Cigano!  Salve os Ciganos!


Nota: O texto sobre os Ciganos está fundamentado no livro Os Ciganos na Umbanda escrito por Alberto Marsicano e Lurdes de Campos Vieira, publicado pela Madras Editora Ltda. Algumas outras informações e curiosidades são oriundas de pesquisas realizadas em sites, revistas e no dia-a-dia das Casas e Tendas de Umbanda.

sr ze pilintra


SR. ZÉ PELINTRA - MALANDROS


A linha de ação e trabalho do Sr. Zé Pelintra é uma falange de espíritos de muita luz, da qual fazem parte todos aqueles que tem afinidades e ligações com a forma de atuação do Sr. Zé Pelintra, com seus conhecimentos e malandragens, com seu jogo de cintura e boa conversa, com as pessoas mais simples e humildes, com os nossos irmãos que são marginalizados pela sociedade e com todos aqueles que vivem suas vidas com as dificuldades da pobreza e da baixa renda. São homens e mulheres que passaram ao plano espiritual e que possuem algum conhecimento e capacidade de atuar como guias e orientadores de seus irmãos encarnados enquanto trilham a sua própria evolução. Não são Exús e não são Pombagiras mas, conforme vão evoluindo, podem chegar ao nível de atuar como Exús e Pombagiras. E, caso queiram atuar nesses campos, terão que pedir permissão aos sustentadores dos senhores Exús e Pombagiras, pois no plano espiritual há hierarquias que devem ser respeitadas. A linha de trabalho do Sr. Zé Pelintra atua na orientação, proteção, amparo, auxilia na saúde, no trabalho, no convívio com amigos e familiares. A regência da linha de ação e trabalho do Sr. Zé Pelintra é do Pai Ogum e do Pai Oxalá, que pode ser afirmada por suas cores principais que são o vermelho e o branco. Alguns guias podem atuar dentro desta linha sob a irradiação de outro Orixá em suas atribuições o que pode vir a incluir uma ou outra cor às suas características individuais. Assim como em todas as outras linhas, há guias da falange do Sr. Zé Pelintra que atuam nos campos da Lei, da Justiça, do Amor, do Conhecimento, e em todas as outras irradiações divinas.


O Sr. Zé Pelintra que deu origem à linha de trabalho e que a sustenta do Alto com a permissão e outorga de Deus e de seus Orixás, adquiriu conhecimentos em várias áreas humanas, desde a simplicidade dos morros até a medicina curativa. O início de sua linha de trabalho teve origem a partir do Catimbó (culto praticado no Nordeste brasileiro que mistura conhecimentos de ervas, práticas espirituais africanas e européias, um pouco do Candomblé, da pajelança xamânica indígena e do culto da Jurema Sagrada, sobre uma base fundamentalmente católica. O Sr. Zé Pelintra é um dos mestres que atuam no culto do Catimbó. Em sua vida humana, adquiriu os conhecimentos do interior do país, sua cultura, modo de vida, crenças e hábitos religiosos e espirituais. Ao que consta, nasceu em Pernambuco mas ainda jovem mudou-se para o Rio de Janeiro. A partir daí, passou a freqüentar a vida noturna carioca, preferencialmente no bairro da Lapa. Tornou-se muito popular entre os moradores locais e toda a malandragem e bandidagem da noite da Lapa. Dizem que gostava muito de jogos de baralho e dados, era exímio no manejo de facas, facões, canivetes e todo o tipo de armas afiadas. Mas, apesar de todo o seu conhecimento e prática, utilizava armas apenas para defesa pessoal e daqueles que considerasse injustiçados e sob algum perigo. Como todo bom malandro, gostava de uma boa bebida, de um bom cigarro ou charuto e de comer bons aperitivos. No dia a dia, conversava com todo e era muito prestativo procurando ajudar os mais necessitados. Gostava de dar conselhos e orientações, receitava remédios e tratamentos com ervas (banhos, ungüentos, macerados, chás, beberagens, etc.). Entre muitas de suas características, podemos destacar a sua atuação no auxilio daqueles irmãos que estão perdidos e sem luz, ele os encontra e com o seu jogo de cintura e boa conversa os ilumina para que possam novamente ver a luz de nosso Pai e ser encaminhados para tratamento e orientação. O Sr. Zé Pelintra também é conhecido como advogado dos pobres, pois ele sempre gostou de defender os mais fracos e oprimidos. Os comerciantes tem em seu Zé Pelintra um protetor de seus estabelecimentos, basta pedir o seu auxílio e a sua proteção para afastar bandidos e marginais.

Depois de muito tempo de trabalho, aprendizado e auxílio, o Sr. Zé Pelintra foi estabelecido como sustentador de uma linha de ação e trabalho com as suas características e a sua “malandragem”. A sua falange é composta de espíritos que atuam com amor em benefício dos seus irmãos e com a sua “malandragem”, o seu jogo de cintura e a sua boa conversa, vão encontrando, auxiliando e recolhendo muitos espíritos que se encontram caídos pelo caminho da evolução humana. Com todo o seu conhecimento e a sua familiaridade com a noite e com a bandidagem, têm muita facilidade para transitar pela esquerda, nos pólos negativos onde atuam os Exus e Pombagiras. São guias que emanam muita luz, amor, respeito, carinho, integridade, mas quando se faz necessário também são bastante duros e inflexíveis, cumprindo suas funções mesmo que tenham que recolher obsessores, quiumbas e todo o tipo de mal feitores espirituais à força. Eles podem atuar no positivo e no negativo da linha de trabalho. Chegam nas casas de trabalho Umbandistas com seu samba ou capoeira no pé, chapéu de panamá de lado, normalmente usam roupas brancas com detalhes em vermelho, podem usar bengalas, e se apresentam com toda a ginga de um malandro. Nessa linha de trabalho, assim como nas outras, há manifestações femininas da malandragem, como a Senhora Maria Navalha, por exemplo. Elas se manifestam da mesma forma que os malandros, gostam de dançar, beber, fumar, tem ginga e muito jogo de cintura. Mesmo atuando dentro da linha de malandros, mantém sempre muita feminilidade, gostam de se vestir bem, são vaidosas, estão sempre bem arrumadas, gostam de flores (principalmente vermelhas) e trabalham muito bem. Os malandros estão sempre pelas ruas, nas subidas de morros, nas esquinas, perto de bares e lanchonetes onde há grande movimento noturno, festas, entre outros.

Os guias da linha do Sr. Zé Pelintra (ou linha de Malandros, como também é conhecida) têm atuado dentro das casas de trabalho espiritual nas giras da esquerda, normalmente junto com os Exus e Pombagiras, pois a sua forma de atuação e o seu campo de trabalho ainda não era muito conhecido. Apenas recentemente, tem chegado do plano espiritual maiores informações sobre a sua linha de ação e trabalho. Seu Zé pode se manifestar em qualquer gira, tanto de Exú, como de Preto Velho, Baiano, Boiadeiro, Marinheiro e Caboclo. Depende muito da sua necessidade de trabalho em benefício do médium ou da casa espírita. Mas, normalmente, a casa de trabalho define uma gira para a sua atuação no atendimento aos consulentes. O Sr. Zé Pelintra e seus guias cobram muita seriedade, responsabilidade, compromisso e integridade de seus médiuns, entre outras virtudes. Quando o médium se perde através da má conduta, com atitudes irresponsáveis e maldosas, seja pela vaidade, pelo orgulho ou pela ganância, ele é o primeiro guia a se afastar do médium.

É importante ressaltar que os Guias que se manifestam através da linha do Sr. Zé Pelintra podem solicitar alguma bebida, cigarro ou charuto, mas que serão utilizados especificamente para o trabalho espiritual. Os guias espirituais não descem à terra para se embriagar ou embriagar os seus médiuns, isto deve ser muito bem esclarecido pois chegou o tempo de se conhecer e respeitar aqueles que atuam nesses campos de ação em benefício de seus irmãos. O que é ignorado é perdoado mas o que é de conhecimento não o pode ser. É preciso prestar muita atenção neste recado para que não nos enganemos mais, pois a partir de agora fomos avisados. O álcool e o fumo apenas são utilizados para limpeza e descarrego espiritual, para desmanche de miasmas e acúmulos negativos e para alguns tipos de tratamentos de cura cujos seus componentes químicos possam ser transmutados e aplicados. 

Alguns nomes de guias da linha de Zé Pelintra (ou linha de Malandro, como também é conhecida): Chico Pelintra, Cibamba, Zé da Virada, Zé Camisa Preta, Zé Mineiro, Zé Camisa Vermelha, Zé Camisa Listrada, Malandrinho, Malandro da Lapa, Zé da Mata, Malandro da Baixa do Sapateiro, Malandro do Pelourinho, Malandro da Praia, Malandro da Zona Portuária, Maria do Cais, Maria Navalha, Joana Pelintra, entre outros. Podem haver casos de trançamento ou cruzamento com outras linhas de trabalho, como por exemplo: Zé Baiano, Zé Boiadeiro, Zé Marinheiro, entre outros.

Ervas do Sr. Zé Pelintra: trabalha com ervas em geral, em especial as de Ogum e de Oxalá. Ex: espada de São Jorge e costela de Adão (Ogum) e boldo e sálvia (Oxalá)
Seu dia: terça-feira (Ogum) e domingo (oxalá)
Cor: branco (Oxalá) e vermelho (Ogum) - ou outra de acordo c/ o campo de atuação
Oferenda: Velas brancas, vermelhas ou branca/vermelha, flores brancas e vermelhas, frutas em geral, água, cerveja amarela gelada, cachaça, conhaque, whisky, batidas, cigarro branco, charuto, aperitivos de carne de boi ou carne seca, farofa de carne de boi ou de carne seca, escondidinho de aipim com carne seca.
Ponto de força: nas subidas de morros, esquinas, pelas ruas, encruzilhadas, cemitérios, entre outros (de acordo com o campo de atuação do Guia).
Saudação: Salve Seu Zé Pelintra!  Salve os Malandros!  Salve a Malandragem!


trono da justiça


MISTÉRIO DA JUSTIÇA: XANGÔ E EGUNITÁ

A JUSTIÇA é uma qualidade Divina de DEUS e está em toda a sua Criação. É a Justiça Divina que dá sustentação a tudo e a todos o tempo todo, é ela que gera equilíbrio e harmonia. Esta irradiação de Deus estimula a razão e o senso de justiça em todo o universo, pois tudo atende a uma vontade Sua, às Suas criaturas, espécies e seres. A JUSTIÇA DIVINA purifica nosso ser através de suas irradiações incandescentes, abrasadoras e consumidoras das emotividades. Ela está nos procedimentos retos, justos e ajuizados, devolve o equilíbrio e a razão aos seres desequilibrados e emocionados, atua em nossas vidas anulando demandas cármicas, magias negras, todo e qualquer tipo de trabalhos e projeções negativas que tenham sido direcionados injustamente para nós, devolvendo-nos a paz, a harmonia e o bem estar mental, emocional, racional e físico. Para estarmos saudáveis e no caminho da evolução, devemos estar em equilíbrio vibratório. O senso de justiça nos ajuda a desenvolver uma conduta correta e a adquirir posturas pessoais sensatas e racionais, anulando nossos desequilíbrios emocionais, nosso egoísmo, nossa possessividade, intransigência, desejos de vingança e outros sentimentos negativos. Devemos lembrar que a sua atuação não é somente nos campos da Justiça em si mas, sim, em todos os campos de atuação e através do fator equilibrador.

A irradiação da JUSTIÇA é uma onda que nasce de Deus e irradia-se bipolar. Em sua onda passiva, positiva e equilibradora da JUSTIÇA, Deus gerou em Si XANGÔ, que é em si mesmo a Justiça Divina. Em sua onda ativa, negativa e consumidora da JUSTIÇA, Deus gerou em Si Egunitá, que é em si mesma a Justiça Divina. Ambos tem como elemento o FOGO DIVINO, ele irradiador e ela absorvedora, ambos com pólos magnéticos opostos. Por isso, eles se polarizam com a linha da Lei, eólica por excelência. Então, Xangô se polariza com Iansã e Egunitá se polariza com Ogum, criando duas linhas mistas.

 

Xangô é um trono universal, seu magnetismo positivo é irradiado em fluxos de raios retos e estáveis. Sua corrente energética é contínua e equilibradora. Ele envia a todos os seus raios aquecedores dos sentimentos equilibrados. Ele atua refreando a emotividade desequilibrada através do senso de justiça, senão nos tornamos pessoas que se sentem injustiçadas a todo o instante por nossos semelhantes ou nos sentimos inferiorizados, abandonados, menosprezados, traídos, porque a emotividade não aceita nenhum tipo de contrariedade. Xangô atua em nossas vidas fazendo valer o equilíbrio e a Justiça Divina em todos os sentidos, na fé, no amor, no trabalho, nos relacionamentos familiares, no nosso interior e ao nosso redor, no meio em que vivemos e em toda a Criação Divina. Xangô é o ponto de equilíbrio de tudo e de todos, ele torna os seres racionais, ajuizados e com senso de justiça apurado e equilibrado. Ele é racional e não emotivo. Xangô é a chama universal, é o Fogo Divino, é o raio solar gerador de vida, é abrasador.

Egunitá é um trono cósmico, negativo, ativo, consumidor dos desequilíbrios, das injustiças e dos vícios. Sua corrente energética é alternada e seu fator é o consumidor da Justiça e da Lei. Suas ondas são irradiadas por propagação e seu fator consumidor imanta o que está desequilibrado, purificando e queimando sentimentos negativos, energias desequilibradas e injustiças ou vícios emocionais. Ela é em Si o Fogo da Purificação. Observem que Egunitá se irradia de formas diferentes: ela é cósmica e é o Orixá que ocupa o pólo magnético negativo da linha elemental pura do fogo, onde polariza com Xangô. Já em seu segundo elemento, o ar, ela polariza com Ogum e atua como pólo negativo, ativo, da linha da LEI Divina. Egunitá aplica a JUSTIÇA nos campos da LEI MAIOR e é extremamente ativa, ela transforma os seres desequilibrados com suas irradiações consumidoras que os esgotam até que tenham descarregado seus emocionais desvirtuados e suas consciências desordenadas. Egunitá, como irradiadora da chama cósmica e purificadora da Justiça Divina, atua sobre os seres movidos por paixões avassaladoras em qualquer um dos campos da vida e os incandesce (acende) até o ponto em que começam a consumir a si próprios. Nos casos de desequilíbrios mentais, ela retira todo o calor (energia ígnea) do corpo energético do ser e ele se resfria de imediato (paralisa), tornando-se frio e escuro (egum). Ela purifica os meios ambientes religiosos (templos), as casas e o interior das pessoas, magias, injustiças, etc.. Quando evocamos Ogum para atuar a nosso favor e nos defender das investidas dos seres desequilibrados, poucos sabem disso, suas hierarquias luminosas ativam seus pares opostos assentados nos pólos magnéticos negativos da irradiação da Justiça Divina, ou seja, ativam as senhoras Egunitás!

Tanto Xangô quanto Egunitá formam em suas irradiações divinas as suas hierarquias em todos os Planos da vida. Tanto nos pólos positivos quanto nos negativos. Temos o senhor Xangô da Justiça, o da Lei, o da Evolução, assim como temos a senhora Egunitá da Lei, a da Justiça, a da Geração, e desta forma acontece em cada entrecruzamento nas 7 irradiações.

Características dos filhos de Xangô: no aspecto positivo, são judiciosos, passivos, racionais, meditativos e observadores atentos, mas pouco falantes e geniais, são equilibrados e buscam promover o equilíbrio e a harmonia no meio em que vivem, não toleram injustiças. Apreciam a leitura, a música, os discursos, se vestir bem e com sobriedade, a boa companhia e a companhia de mulheres vivazes, o aconchego do lar e a boa mesa. No aspecto negativo, são reclusos, calados, rancorosos, implacáveis nos seus juízos e intratáveis. Os filhos de Xangô não apreciam festas arrivistas, reuniões emotivas, companhias desequilibradas ou mulheres apáticas, os egoístas e os soberbos. São de estatura baixa ou média, de compleição robusta ou atarracada.

Características das filhas de Egunitá: no aspecto positivo, são ativas, emotivas, impulsivas, reparadoras, falantes e geniosas. Apreciam as conversas reservadas, os espetáculos emotivos, as reuniões direcionadas, tais como reuniões de estudo, religiosas ou políticas, a companhia de pessoas passivas, gostam de passear, pois não suportam o isolamento do lar, gostam de se vestir bem com roupas coloridas ou de cores fortes. No aspecto negativo, são egoístas, briguentas, intrigantes, vingativas, insensíveis e teimosas. As filhas de Egunitá não apreciam homens presunçosos, festas monótonas, conversas tolas, comidas comuns e sem tempero e bebidas adocicadas. Elas são belicosas (briguentas), são de estatura média alta ou de compleição longilínea ou magras.

Ervas de Xangô: Erva de São João
Amaci: Água de cachoeira com hortelã macerada e curtida por 3 dias
Cor: Vermelho, Marrom
Chakra: Umbilical
Oferenda: Velas brancas, vermelhas e marrom, cerveja escura, vinho tinto doce e licor de ambrosia, flores diversas, frutas variadas, tudo depositado em uma cachoeira, montanha ou pedreira.
Ponto de força: Montanhas, pedreiras, pedras na cachoeira
Saudação: Kaô kabiecile!  Salve, meu Pai Xangô!

Ervas de Egunitá: Beijo (todas as cores – cada uma de um campo de atuação)
Amaci: Água de fonte com pétalas de rosa cor de rosa, folhas de alecrim e de arruda maceradas e curtidas por 3 dias
Cor: Laranja
Chakra: Umbilical (posterior – nas costas)
Oferenda: 7 velas vermelhas, 7 douradas, 7 azuis, 7 amarelas, 13 brancas, licor de menta, água, uma pemba branca e outra vermelha, flores de palmas vermelhas (cercar a oferenda com elas)
Ponto de força: Pedreiras
Saudação: Salve, minha Mãe Egunitá!

trono da fé


MISTÉRIO DA FÉ: OXALÁ E OIÁ-TEMPO

 
A FÉ é a qualidade divina aceita por todos como a principal ou maior, pois tudo tem que ter por principio a fé em Deus e na sua capacidade criadora e geradora, já que tudo foi criado e gerado por Ele e em tudo Ele está, pois é em Si mesmo tudo o que existe. Se os mecanismos da FÉ forem bem ativados, as pessoas alterarão seus comportamentos sociais, religiosos, morais e emocionais, dotando-se em pouco tempo de uma nova consciência. Este fato torna a FÉ a principal via evolutiva, já que os outros sentidos da vida possuem mecanismos cujas ativações são mais lentas ou difíceis de serem conseguidas. A FÉ consegue tirar as pessoas de estados de espírito sombrios e elevá-las a estados luminosos num piscar de olhos.

A irradiação da FÉ é uma onda que nasce de Deus e irradia-se bipolar. Em sua onda passiva, positiva e cristalizadora da FÉ, Deus gerou em Si Oxalá, que é em si mesmo a qualidade divina denominada FÉ. Em sua onda ativa, negativa e magnetizadora da religiosidade, Deus gerou em Si Oiá-Tempo (também chamada de Logunã), que é em si mesma a religiosidade dos seres.


Oxalá é visto por todos como o principal Orixá, pois sem a FÉ não existiria a religião e a crença em Deus. Oiá é temida por todos porque seu mistério atua sobre os descrentes, os fanáticos religiosos e os enganadores da boa-fé alheia, desmagnetizando o mental desvirtuado, anulando suas faculdades e paralisando seu emocional, esvaziando-o em todos os sentidos capitais. Um blasfemador, um ofensor das divindades, um mercador da fé, estes são os candidatos a conhecer Oiá mediante seus aspectos negativos. A atuação de Oxalá e Oiá é permanente na Criação e na vida dos seres, independendo de nossa vontade para atuarem sobre nós.

Oxalá é um trono universal, pois suas irradiações retas e contínuas são projetadas a todos, o tempo todo e durante todo o tempo. De forma contínua e estável. Ele é o Sol da vida, a fé abrasadora, o Pai amoroso que fortalece o íntimo dos seres e os conduz ao nosso Divino Criador, é a fé de Deus em seus filhos.

Oiá é um trono cósmico, pois suas irradiações espiraladas são alternadas e direcionadas, só alcançando os seres apatizados ou emocionados em seus sentimentos religiosos e que estão vivenciando desequilíbrios nos campos da FÉ. Em sua irradiação alternada uma espiral magnética projeta-se e estimula a religiosidade enquanto a outra espiral magnética, que ela absorve, vem esgotando o emocional dos seres que estão vibrando sentimentos religiosos desequilibrados. Ela é o Tempo em que tudo se realiza, é o gélido Tempo onde são desmagnetizados os desequilibrados nas coisas da fé, é o Tempo por onde os seres caminham buscando o Divino Criador, é o rigor para com os filhos que voltaram as costas a Deus. É o Tempo cronológico. Ela está em tudo e em todos, na a origem, no meio e no fim.

Tanto Oxalá quanto Oiá, formam em suas irradiações divinas as suas hierarquias em todos os Planos da vida. Tanto nos pólos positivos quanto nos negativos. Pois Oxalá e Oiá são pólos complementares na irradiação da FÉ mas em campos de atuação distintos. Ou seja, nos campos de atuação de Oxalá há faixas vibratórias positivas e negativas e nos campos de atuação de Oiá também há faixas vibratórias positivas e negativas. Temos o Oxalá da Fé, o do Amor, o do Conhecimento, assim como temos a Oiá da Fé, a do Amor, a da Justiça, e desta forma acontece em cada entrecruzamento nas 7 irradiações.

Jesus Cristo é um Trono da Fé de nível intermediário dentro da hierarquia de Oxalá. E o mesmo acontece dom Buda e outras divindades manifestadoras da FÉ, pois muitos Tronos Intermediários já de humanizaram para falar aos homens e melhor estimularem a FÉ em DEUS. Todas as Divindades irradiam a FÉ. Mas os Tronos da hierarquia de Oxalá são mistérios da FÉ e irradiam-na o tempo todo.
  
Características dos filhos de Oxalá: no aspecto positivo, são amorosos, alegres, compenetrados, emocionam-se facilmente, compadecem-se com o sofrimento alheio, acreditam em todos e são persistentes. Apreciam festas, reuniões calorosas, passeios, a boa mesa, roupas da moda e a companhia de pessoas alegres e leais, mulheres inteligentes e decididas. São solares e geniosos. No aspecto negativo, são ranzinzas, briguentos, frios, perigosos, agressivos e vaidosos. Os filhos de Oxalá não apreciam pessoas falsas, emotivas, exageradas, roupas conservadoras, conversas chulas, trabalhos pesados, recintos fechados, horários rígidos e comida picante.

Características das filhas de Oiá - Tempo: no aspecto positivo, são simpáticas, discretas, silenciosas, observadoras, amigas e conselheiras, emotivas, mas guardam suas emoções para si em vez de exteriorizá-las, são lutadoras e muito sinceras. Apreciam as coisas religiosas, o estudo, a música suave ou romântica, um pouco de isolamento, conversas construtivas, a companhia de pessoas discretas e de homens maduros, reservados e amorosos. São temporais, persistentes, tenazes e introspectivas. No aspecto negativo, são retraídas, ciumentas, possessivas, evasivas, fugidias, descrentes, desconfiadas, não perdoam uma ofensa, mesmo que seja inconsciente, são glaciais nos seus envolvimentos emocionais. As filhas de Oiá não apreciam pessoas imaturas, improdutivas, muito falantes e grosseiras, roupas berrantes, discussões inconsequentes, intrigas, lugares muito agitados, muitas companhias e não gastam seu tempo à toa.
Ervas de Oxalá: Boldo, manjerona, sálvia, tapete de Oxalá
Amaci: Água de fonte, rosas brancas e folhas de manjerona maceradas e curtidas por 24 horas
Cor: Branco, Dourado
Chakra: Coronário
Oferenda: Velas brancas, frutas, côco verde, mel e flores.
Ponto de força: Os locais para oferendá-lo são aqueles que mais puros se mostram. Pode ser em bosques, campinas, praias limpas, jardins floridos, etc.
SaudaçãoÊpá Babá!  Salve meu Pai Oxalá!

Ervas de Oiá: Eucalipto
Amaci: Água de chuva, folhas de eucalipto e pétalas de rosa amarela maceradas e curtidas por 7 dias
Cor: Branco, Azul bem escuro
Chakra: Coronário
Oferenda: 1 vela branca e 1 vela azul bem escuro (quase preto), um côco partido em duas partes com um pouco de água de côco em uma das partes, colocar um pouco de licor de anis na parte do côco utilizada como cuia misturando com a água de côco, um maracujá maduro partido ao meio colocado ao lado do côco, rosas brancas.
Ponto de força: Deve ser oferendada em locais abertos, fora do templo, fora da casa. Ela não aceita ser firmada em locais fechados, apenas em espaços abertos. Em campos, jardins, quintais, etc.
Orientação: À nossa mãe Oiá Tempo, devemos pedir suas bênçãos, seu amparo divino, sua orientação e sua proteção cósmica e poderosíssima, que nos protege dos eguns que vivem soltos no tempo. Devemos estar com o coração puro e a mente voltada à Fé. Não devemos fazer pedidos negativos aos Orixás, cientes de que sofreremos muito mais do que desejamos aos nossos semelhantes. Oiá é implacável em sua atuação sobre os nossos desequilíbrios.
Saudação: Salve Mãe Divina da Fé!  Salve Oiá!  Salve Senhora do Tempo!

trono geraçao


MISTÉRIO DA GERAÇÃO: IEMANJÁ E OMULÚ

A GERAÇÃO é uma qualidade Divina de DEUS e está em toda a sua Criação. A GERAÇÃO é a Sua própria capacidade de criar e gerar, através dela toda a Sua Criação vai surgindo e se concretizando. É o Mistério da GERAÇÃO que atua na manifestação do meio em que vivemos, ele é a Fonte da Vida e das coisas que dão sustentação a ela, gera os seres, as criaturas, as espécies, a terra, as plantas, tudo o que existe. A lenda nos diz que Iemanjá é a mãe de todos os Orixás, agora podemos entender que esta conclusão se dá porque ela cria e gera tudo o que existe, então, ela está na origem de todas as divindades. Mas as coisas de Deus não acontecem assim, e Ele, quando começou a gerar, já havia ordenado a sua geração. Então, Ogum já existia e ordenava a geração de Iemanjá e Omulú. Oxum já existia e agregava o que ela estava gerando. E assim acontece com cada Orixá. O Mistério da GERAÇÃO existe por si só, e ele projeta-se em seu pólo magnético positivo através da Orixá Iemanjá e em seu pólo magnético negativo através do Orixá Omulú. O Mistério da GERAÇÃO tem em Iemanjá o princípio da vida para a carne (nascimento) e tem em Omulú o fim da vida na carne (desencarne). Ela é a água cristalina (FÉ) que vivifica e ele é a terra mineral (AMOR) que amolda e dá forma. Iemanjá é a Mãe da Vida e Omulú é o Guardião da Vida.

A irradiação da GERAÇÃO é uma onda que nasce de Deus e irradia-se bipolar. Em sua onda passiva, positiva, criativista e geradora da VIDA, Deus gerou em Si IEMANJÁ, que é em si mesma a Criatividade e a Geração Divina. Em sua onda ativa, negativa e paralisadora da criatividade desvirtuada e da geração desequilibrada ou degenerada, Deus gerou em Si Omulú, que é em si mesmo a Paralisação de toda a Criação ou Geração contrárias aos desígnios de Deus.

Iemanjá é um trono universal, seu magnetismo positivo é irradiado em fluxos de raios retos que estimulam a criatividade e o amparo à vida. Torna o ser criativo e gerador no aspecto da vida a que se dedicar, ajuda a se adaptar às condições e meios mais adversos através da criatividade. Está na gênese de tudo como os próprios processos genéticos. Iemanjá é a água do mar, é o amor maternal que se manifesta e aflora com intensidade, é a maternidade, é a Divindade Geradora e Amparadora da Vida. Concede a tudo e a todos a condição de se fundir com as coisas ou seres afins para multiplicar-se e repetir-se (Ex: cores afins se fundem e dão origem a novas cores, minerais afins se fundem e dão origem aos minérios). Iemanjá se projeta e faz surgir 7 pólos magnéticos ocupados por 7 Iemanjás regentes de níveis vibratórios positivos (não possui pólos negativos). Estas 7 Iemanjás intermediárias comandam inúmeras linhas de trabalho na Umbanda. A majestade dos mares, Senhora da calunga grande (mar), também conhecida como Senhora da Coroa Estrelada ou Janaína (do tupi-africano), é a deusa do mar e protetora das mães e das esposas, representando a mãe que protege os filhos a qualquer custo, a mãe de vários filhos, ou vários peixes. Adora cuidar de crianças e animais domésticos. A ela também pertence a fecundidade e a proteção aos pescadores e jangadeiros. A regência de Iemanjá em nossas vidas se manifesta naquela necessidade que temos de saber se aqueles que amamos estão bem, é a dor pela preocupação, é o amor ao próximo, principalmente em se tratando de um filho, filha, pai, mãe, outro parente ou amigo muito querido. É a preocupação e o desejo de ver aquele que amamos a salvo, sem problemas, é a manutenção da harmonia do lar.

Omulú é um trono cósmico, seu magnetismo negativo é absorvente. Em uma de suas ondas, absorve todos os desequilíbrios e desarmonias, enquanto na outra paralisa todo o processo criativo ou gerador desvirtuado e degenerado. Como qualidade paralisante, está em todas as outras qualidades e Mistérios Divinos e será ativado assim que seus irradiadores ou os seus beneficiários se excederem ou se omitirem. Omulú rege sobre o “cemitério” e sobre os espíritos dos mortos caso estes espíritos tenham atentado contra a Vida ou algum dos seus 7 sentidos. O pai Omulú concede a cada um segundo os seus atos. Se positivos, que sejam conduzidos à luz da vida, mas se negativos, que sejam arrastados para os sombrios domínios da morte dos sentidos e sentimentos desvirtuadores da vida. Por isto, Omulú é considerado um Guardião da Vida, pois ele guarda para Olorum todos os espíritos que fraquejaram durante sua jornada carnal e se entregaram à vivenciação de seus vícios emocionais. Mas ele não pune ou castiga, pois estes são atributos da Lei Divina que apenas conduz cada um ao seu devido lugar após o desencarne. Omulú é puro Amor Divino pois atua em benefício e amparo dos espíritos desequilibrados. Se geramos idéias, projetos, empresas, conhecimentos, religiosidades, anseios, ódio, desejos, angústias, depressões, medos, de forma desequilibrada e desvirtuada, então estaremos sob a irradiação do Pai Omulú. Ele foi humanizado em dois pólos, em um como punidor e no outro como curador. Ele nos acolhe em seus domínios e nos ajuda a nos recuperarmos e reequilibrarmos, ele nos cura e nos devolve ao caminho da luz. Ele tanto cura nossa alma ferida como nosso corpo doente. Podemos rezar à ele pedindo a cura de nossas doenças ou de nossos amigos e familiares, pois ele irá atuar em nosso benefício tanto promovendo a cura nos corpos espirituais como no corpo físico. Pode até mesmo nos conduzir a um médico que identificará de imediato a doença e fará o tratamento adequado. Ele é a energia que se condensa ao redor do “cordão de prata” (que une o corpo ao espírito) e o dissolve no momento do desencarne. Ele é conhecido com o Senhor da Morte, usa uma capa com capuz e segura um alfange em sua mão. Em seu pólo punidor é rigoroso executor da Lei Maior e da Justiça Divina, em seu pólo curador é um Pai amoroso. Ele atua em muitos outros campos e de muitas outras formas mas ainda não temos este conhecimento. Apenas devemos aplicar estas poucas informações em nossos atos, pensamentos e palavras, no dia a dia, em todos os campos e sentidos da Vida. Assim, vamos estar conscientes e atentos à nossa jornada evolutiva. No seu aspecto curador, ele envia a falange de São Lázaro.
  
Tanto Iemanjá quanto Omulú, formam em suas irradiações divinas as suas hierarquias em todos os Planos da vida. Iemanjá forma hierarquias apenas nos pólos positivos, ela não possui pólos negativos. Já Omulú, forma hierarquias tanto nos pólos positivos quanto nos negativos. Ambos são pólos complementares na irradiação da Geração mas em campos de atuação distintos. Temos a senhora Iemanjá da Justiça, a do Amor, a da Evolução, assim como temos o senhor  Omulú da Fé, o da Lei, o do Conhecimento, e desta forma acontece em cada entrecruzamento nas 7 irradiações.

Características das filhas de Iemanjá: no aspecto positivo, são alegres, leais, fiéis, generosas, trabalhadoras, muito diligentes em tudo o que fazem e são muito ativas. Apreciam a vida doméstica, o trabalho produtivo, o respeito, a fidelidade, a religiosidade firme, o estudo, vestes sóbrias e elegantes, a companhia de homens firmes nas decisões e de natureza forte. São típicas matronas, robustas, vigorosas, impulsivas, impositivas e até possessivas, são maternais mas autoritárias. No aspecto negativo, são respondonas, irritantes, intolerantes, briguentas e despeitadas. As filhas de Iemanjá se afinizam bem com todas as filhas e filhos dos outros Orixás, desde que não sejam contrariadas nem atrapalhadas, senão não suportam a companhia de ninguém.

Características dos filhos de Omulú: no aspecto positivo, são alegres mas reservados, resolutos, observadores, perspicazes e orientadores. Apreciam a vida errante, o trabalho descompro-missado, como se a qualquer momento fossem partir, o ensino, o misticismo, a magia e as coisas religiosas, roupas discretas, a boa mesa e companhias inteligentes. Eles são ranzinzas, turrões, inflexíveis, autoritários, irredutíveis em seus princípios, aziagos em seus relacionamentos, são ótimos mestres instrutores, pois são muito organizados em tudo o que fazem, levando suas empreitadas até o fim, sem se importarem com o preço a ser pago, geralmente são magros e de traços físicos bem definidos. São rigorosos mas compreensivos, ainda que não demonstrem. No aspecto negativo, são perigosos, violentos, intolerantes, cruéis e insensíveis à dor alheia.

Ervas de Iemanjá: As rosas brancas, Erva-cidreira
Amaci: Água de fonte com pétalas de rosas brancas e erva-cidreira maceradas e curtidas por 7 dias
Cor: Azul claro
Chakra: Básico ou Genésico
Oferenda: Velas brancas, azuis e rosas, champagne, calda de ameixa ou de pêssego, manjar, arroz doce, melão, rosas brancas e palmas brancas, tudo depositado à beira do mar
Ponto de força: Mar
Saudação: Odofiaba! Salve, minha Mãe Iemanjá!

Ervas de Omulú: Dandá da Costa
Amaci: Água de fonte com pétalas de crisântemo branco maceradas curtidas por 7 dias
Cor: Roxo profundo
Chakra: Básico ou Genésico (posterior-costas)
Oferenda: Velas rôxas, água, côco, mel, pipoca e um pouco de sal grosso dentro de 1 pires.
Ponto de força: Cemitério (atrás do Cruzeiro) ou na areia seca das praias (a pessoa deve ficar de costas para o mar ao fazer a oferenda)
Saudação: Atôtô! Salve, meu Pai Omulú!

trono conhecimento


MISTÉRIO DO CONHECIMENTO: OXÓSSI E OBÁ

O CONHECIMENTO é uma qualidade Divina de DEUS e está em toda a sua Criação. Olorum gera em Si o Conhecimento e é em Si onisciente e conhecedor de tudo e de todos. Esta irradiação divina estimula a nossa busca individual, ensina a todos a conhecerem a si mesmos a partir do entendimento sobre nosso Divino Criador e sobre toda a Sua criação. O caminho da evolução dos seres é traçado sobre esta premissa, a partir da qual é possível buscar sempre o melhor de nós. O mistério do Conhecimento atua nos seres aguçando o raciocínio, esclarecendo, expandindo as faculdades mentais ligadas ao aprendizado, estimulando a busca incessante sobre a nossa própria origem divina, buscando Deus sem fanatismo ou emotividade, mas com conhecimento e fé. O Conhecimento Divino também promove a concentração de toda a essência e energia vegetal desta irradiação, desta forma, todo o conhecimento adquirido pelos seres ganha consistência e firmeza, sempre com base na verdade das coisas. Esta é a qualidade de Deus que desenvolvida nos leva à sabedoria.

A irradiação do Conhecimento é uma onda que nasce de Deus e irradia-se bipolar. Em sua onda ativa, positiva e expansora do Conhecimento, Deus gerou em Si Oxóssi, que é em si mesmo o CONHECIMENTO DIVINO através da expansão do raciocínio/pensamento. Em sua onda passiva, negativa e concentradora do Conhecimento, Deus gerou em Si Obá, que é em si mesma o CONHECIMENTO DIVINO através da concentração do raciocínio/pensamento.

Oxóssi é um trono universal, seu magnetismo positivo é irradiado em fluxos de raios contínuos, que vão irradiando o tempo todo ondas magnéticas estimuladoras do raciocínio, facilitando a abertura das faculdades mentais. O magnetismo de Oxóssi fortalece o mental do ser, pois o preenche com a sua essência e energia vegetal, curadoras das doenças emocionais e dos desequilíbrios energéticos que surgem a partir de nossas experiências negativas paralisadoras da evolução na vida dos seres. Por sua natureza expansiva e seu grau de divindade guardiã dos mistérios da natureza, Oxóssi é descrito nas lendas como um Orixá caçador e ligado às matas (os vegetais). Como divindade, ele é o estimulador da busca do conhecimento e guardião dos segredos medicinais das folhas. Ele é o doutrinador que esclarece os seres e a partir do CONHECIMENTO vai religando-os ao nosso Divino Criador.

Obá é um trono cósmico, seu magnetismo negativo é irradiado de forma alternada, pois tanto ela irradia ondas magnéticas que concentram o raciocínio dos seres, quanto absorve as ondas mentais dos seres cujo raciocínio se desequilibrou e que estão dando um mal uso às suas faculdades mentais. Obá é a qualidade concentradora do Divino Criador, qualidade esta associada à Verdade, já que só o que é verdadeiro tem em si mesmo uma densidade e uma resistência própria que o eterniza no tempo e na mente dos seres. Obá é tida como a “Orixá da Verdade”. E, realmente, ela atua esgotando os seres cujo raciocínio se desvirtuou, gerando conceitos viciados, distorcidos ou falsos, paralisadores da evolução e desequilibradores da fé. Seu campo de atuação principal é o religioso. Ela absorve as irradiações desordenadas dos seres regidos pelos mistérios do Conhecimento. Obá é séria, de caráter firme e reto, observadora, de poucas palavras e de uma profundidade única nas suas vibrações retificadoras do raciocínio dos seres. Ela é vista como a mãe rigorosa, inflexíxel e irredutível nos seus pontos de vista (conceitos sobre a verdade). Ela não é amorosa, mas corretiva, e não pensa duas vezes se tiver que esgotar toda a capacidade mental de um ser que se emocionou e se desequilibrou mentalmente. Obá tem como seu primeiro elemento a terra e como segundo elemento o vegetal, ela está na raiz dos vegetais como a terra fértil onde eles crescem e se multiplicam. Mas ela rege toda uma dimensão formada pelos elementos terra, vegetal, água e ar.

Tanto Oxóssi quanto Obá, formam em suas irradiações divinas as suas hierarquias em todos os Planos da vida. Tanto nos pólos positivos quanto nos negativos. Pois Oxóssi e Obá são pólos complementares na irradiação do Conhecimento, mas em campos de atuação distintos. Ou seja, nos campos de atuação de Oxóssi há faixas vibratórias positivas e negativas e nos campos de atuação de Obá também há faixas vibratórias positivas e negativas. Temos o senhor Caboclo Oxóssi do Conhecimento, o da Lei, o da Justiça, assim como temos a senhora Cabocla Oba da Fé, a da Geração, a da Evolução, e desta forma acontece em cada entrecruzamento nas 7 irradiações.

Características dos filhos de Oxóssi: no aspecto positivo, são descontraídos, curiosos e sentem atração por tudo o que for interessante, são galanteadores, falantes, confiáveis, leais, sensíveis às necessidades alheias, são muito prestativos e confiam muito facilmente. Apreciam viajar, estudar e fazer muitas amizades. No aspecto negativo, são críticos ácidos, linguarudos e respondões, vingativos, são perigosos e brigam por qualquer motivo. Os filhos de Oxóssi não apreciam pessoas ignorantes, lugares fechados, a monotonia, conversas tolas e pessoas falsas.

Características das filhas de Obá: no aspecto positivo, são reservadas e sentem atração pelo que for prático, são humildes, boas ouvintes dos problemas alheios, conselheiras, capazes de dar o próprio pão a alguém que nada tenha para comer, são resignadas e esperançosas. Apreciam a vida doméstica, a segurança do lar e são muito reservadas em suas amizades, preferindo falar da vida alheia que da própria e desconfiam ao primeiro sinal de alerta interior. No aspecto negativo, são intrigantes, ficam remoendo uma ofensa recebida, são cruéis, traiçoeiras e se vingam na primeira oportunidade que surgir. As filhas de Obá não apreciam pessoas soberbas, lugares ou reuniões agitadas, conversas chulas, pessoas vaidosas ou rompantes.

Ervas de Oxóssi: 5 folhas, Guiné, Cipó Caboclo
Amaci: Água da fonte com guiné macerada e curtida por 3 dias
Cor: Todos os tons de Verde
Chakra: Frontal (na frente)
Oferenda: Velas brancas, verdes, vinho tinto suave, licor de caju, flores do campo e frutas variadas, tudo depositado em bosques ou matas.
OBS: Deve-se buscar utilizar elementos naturais nas oferendas para que não haja a poluição do ponto de forças. Ex: Ao invés de toalhas de tecido, usar papel toalha ou folha de bananeira para forrar o local da entrega. Utilizar cuias feitas com cascas de frutas ou de árvores ao invés de copos de vidro ou de plástico. Os materiais naturais se decompõem com o tempo e não poluem a natureza. Precisamos preservar os nossos pontos de força!
Ponto de força: Nas matas, nas clareiras, nos bosques, em meio à vegetação
Saudação: Okê Aro! Oxóssi Yê!  Oquê bamba-ocline! Salve, meu Pai Oxóssi!
  
Ervas de Obá: Hortelã, alecrim
Amaci: Água de rio com pétalas de rosa branca e folhas de alecrim maceradas e curtidas por 24h
Cor: Magenta, verde escuro, marrom terroso
Chakra: Frontal (atrás da cabeça)
Oferenda: É oferendada com côco verde, vinho tinto licoroso, água com hortelã macerada, mel ou açúcar, flores do campo, velas brancas, velas verde escuro e velas magenta, terrosa ou marrom. Sua oferenda deve ser depositada sobre um tecido de cor magenta ou terrosa. O vinho e a água com hortelã macerada podem ser servidos em coités, casca de frutas utilizadas como cuias. O côco verde deve ser aberto em uma das pontas e o mel deve ser derramado dentro da água em seu interior, assim como, deve-se abrir um furo no tecido e um buraco no solo para que pelo menos metade do côco fique dentro da terra. A “toalha” deve ter um furo redondo ao centro de forma que o côco se encaixe nele, de forma justa.
Ponto de força: Nas matas, nas clareiras, nos bosques, em meio à vegetação. Se oferendada na beira do rio, que seja na terra seca.
Saudação: Saravá, Obá!  A-Ki-Rô-Obá-Yê!  Ou Akirôobá Yê!